Documentos do Ministério Público Federal mostram que a investigação da Polícia Federal e da CGU sobre o “gabinete paralelo” de pastores no Ministério da Educação apontou que os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos pediram 100.000 reais de propina a José Edvaldo Brito, um empresário de Piracicaba (SP), para mediar um encontro do empresário com o então ministro da pasta, Milton Ribeiro, e garantir a participação de Ribeiro num evento em Nova Odessa (SP).
“Arilton solicitou a emissão de passagens aéreas para a comitiva e, a título de colaboração, a quantia de 100.000 reais”, diz a investigação.
O empresário foi, de fato, recebido por Ribeiro no MEC. O ministro também viajou a Nova Odessa para participar do evento .
“Como bem apontado pela autoridade policial, os crimes ora investigados foram praticados no âmbito do Ministério da Educação e, ao que tudo indica, com o respaldo do então chefe da pasta, Milton Ribeiro”, diz o MPF.
“As camadas de atuação são perceptíveis e individualizam perfeitamente as condutas, sendo o ex-ministro da Educação quem conferia o prestígio da administração pública federal à atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC”, diz o relatório da investigação enviado ao juiz Renato Borelli.