Uma equipe de paleontólogos egípcios e norte-americanos fez uma descoberta recente extremamente intrigante no deserto do Saara: uma nova espécie de dinossauro que tinha rosto achatado, semelhante a de um buldogue, corpo massivo e braços minúsculos — muito parecidos com o de um tiranossauro rex.
Os pesquisadores do Centro de Paleontologia de Vertebrados da Universidade de Mansoura (MUVP) e da Universidade de Ohio encontraram os primeiros indícios dessa criatura fossilizada em 2016, quando um osso de vértebra foi achado na região. Imediatamente, os cientistas identificaram que a ossada se tratava de um abelissauro, carnívoro que alcançava até 7,4 metros de comprimento.
(Fonte: Sanaa El-Sayed/Universidade de Michigan)
De acordo com os pesquisadores, os dinossauros abelissaurídeos viveram na Terra durante o período Cretáceo — entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás .
Mesmo assim, ao contrário do que sabemos sobre os tiranossauros, é bem provável que essa espécie de abelissauro especificamente não estivesse no topo da cadeia alimentar de sua região. Até então, os pesquisadores não entraram em um consenso para batizá-lo definitivamente e estão esperando por mais informações para obter essa resposta.
Embora essa criatura tivesse entre 4,8 e 6,1 metros de comprimento, eles eram provavelmente ofuscados por outros dinossauros de sua época. O motivo dessa dedução é porque a Formação Bahariya, onde os paleontólogos acharam o osso, era lar de alguns dos dinossauros mais monstruosos de todos os tempos, como os Carcharodontosaurus, Bahariasaurus e Spinosaurus.
Conforme descrito pelos paleontólogos envolvidos na operação, o Oásis de Bahariya provavelmente era um dos cantos mais aterrorizantes do planeta para se estar durante o Cretáceo Médio. Com tantos predadores colossais coexistindo em uma única região, é difícil imaginar como todos eles conseguiram dividir o mesmo ambiente.
A resposta para essa questão está provavelmente baseada no fato de casa espécie possuir um tipo de dieta diferente e ter se adaptado para caçar presas diversas. De todo modo, é no mínimo intrigante imaginar como seria a vida de uma presa entre tantas feras vorazes ao seu redor.
Como próximo passo para as descobertas recentes feitas no deserto do Saara, a equipe de pesquisadores espera conseguir continuar explorando a Formação Bahariya para entender melhor como o dinossauro de cara achatada encontrado recentemente sobreviveu nessa parte do mundo — tal qual as outras espécies de predadores da região.
No início do século XX, essa parte do deserto era uma área com grande riqueza de fósseis de dinossauros e com muito potencial para ser explorado. Entretanto, diversos bombardeios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial complicaram a tarefa dos pesquisadores. De todo modo, novas iniciativas serão tomadas para vasculhar o local por mais ossos do dinossauro em questão.