Em seu último ato, o presidente atacou Edson Fachin , ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), insinuando que a decisão de proibir a entrada de policiais nos morros do Rio de Janeiro foi uma colaboração com o narcotráfico.
“No Morro do Rio, onde ou Fachin diz que a polícia não pode entrar, mas sobrevoar helicópteros, está cheio de fuzis. Virou lá um refúgio da bandidagem do Brasil todo .Parabéns, Ministro Fachin! Enorme colaboração com o narcotráfico, banditismo geral. É justo, meus senhores, ou o ministro Fachin, que atirou em Lula da cadeia, estar na vanguarda do processo eleitoral?”, questionou o presidente.
Em uma única frase, três ataques graves.
A resposta veio com rapidez e precisão. Sem citar nomes, Fachin afirmou nesta quarta, 15, que mentes autoritárias lançam desinformações para deseducar.
O que Bolsonaro quer é criar polêmica com mentiras e ataques infundados. Dessa vez, o objetivo é tentar desviar o foco de um assunto que ganhou destaque inclusive no cenário internacional.
O governo foi e continua sendo muito pressionado a dar respostas sobre o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, na região da Amazônia. Sempre que é questionado sobre o assunto, Bolsonaro tenta sair pela tangente de forma covarde.
Chegou a dizer o absurdo de que o que o jornalista e o indigenista estavam fazendo era uma “aventura que não é recomendável que se faça”.
Enquanto acusa Fachin de colaborar com o narcotráfico, Bolsonaro ignora o fato de que seu governo tem uma política quase inexistente de proteção ao meio ambiente, e que isso, sim, abriu as portas para o aumento dos crimes na Amazônia, incluindo o próprio narcotráfico.
Nesta semana, contudo, o presidente tentou criar cortinas de fumaça – como este ataque contra Fachin – mas o tiro saiu pela culatra.
O novo ataque de Bolsonaro contra o presidente do TSE não teve o efeito que ele, Bolsonaro, gostaria. Uma derrota para o presidente e sua estratégia de comunicação.