Há muita curiosidade em saber como era a vida das mulheres na Roma antiga, mas há também o problema de que praticamente todos os relatos históricos e fontes foram escritos por homens. O resultado disso é que tudo que nós sabemos sobre elas vem de como os romanos as viam.
Ainda assim, os historiadores conseguiram juntar informações sólidas sobre a realidade das mulheres romanas .
As romanas ricas não amamentavam os filhos. Isto era feito por amas de leite, escravas ou contratadas para isso. Os relatos mostram que se acreditava que a mulher ficava muito exausta depois do nascimento, por isso era preferível que uma ama alimentasse o bebê — embora, às vezes, seu leite pudesse passar "más influências" para a criança.
Acreditava-se também que o papel da ama de leite era ensinar o bebê a falar.
A infância podia terminar cedo para as romanas: havia uma lei autorizando que as meninas poderiam se casar a partir dos 12 anos, aproveitando seus anos mais férteis — embora as taxas de mortalidade infantil fossem altas, justamente por conta da gravidez precoce.
Esperava-se ainda que, antes de casar, a moça guardasse seus artigos infantis, como seus brinquedos. Caso ela morresse ainda jovem, estes objetos poderiam ser enterrados com ela.
O divórcio era comum na Roma antiga: o casamento podia ser facilmente encerrado se não fosse bom (o que significava útil) para uma das partes. Os pais também poderiam solicitar o divórcio das filhas, já que mantinham a guarda delas mesmo depois de casadas.
Mas, no caso de concretização do divórcio, as mulheres costumavam ser prejudicadas: o direito legal sobre os filhos era do pai.
As romanas eram fortemente pressionadas para terem uma boa aparência. Por conta disso, havia toda uma indústria cosmética na Roma antiga com tratamentos que envolviam ingredientes inusitados, como gordura de frango e cebolas.
Há ainda relatos sobre mulheres que usavam conchas de ostras como esfoliante e uma mistura feita com minhocas e óleo para disfarçar cabelos brancos. Uma escavação arqueológica feita em 2003 descobriu um creme facial romano com 2 mil anos, composto por gordura animal, amido e estanho.
Independente de serem ricas ou pobres, não havia muita vida social para as romanas. Era esperado que elas ficassem dentro de casa. Por conta disso, não havia muito interesse em fornecer educação para essas mulheres.
O que era esperado era que elas aprendessem a administrar a casa e criar os filhos. Inclusive, o imperador Augusto aprovou uma lei dizendo que as mulheres que não se casassem até os 20 anos estavam sujeitas a penalidades legais, se tornando marginais na sociedade.
Como já dissemos, não havia grande interesse em educar as meninas. Porém, garotas de classe alta poderiam receber ensinamentos úteis e até avançados, aprendendo a ler e escrever. No entanto, todo tipo de instrução passado às jovens tinha como objetivo que elas ficassem mais "atraentes" para os futuros maridos.
Havia também muitos romanos que pensavam que muita educação poderia "estragar" a mulher — entenda-se aqui torná-la propensa à promiscuidade sexual.
Um retrato preciso de como as mulheres romanas eram vistas está na forma que boa parte das imperatrizes foram representadas. Muitas são lembradas por terem envenenado seus maridos.
Lívia, esposa de Augusto, teria colocado veneno nos figos que ele colhia em seu jardim. Agripina também teria matado seu marido Cláudio, colocando uma toxina em cogumelos que ele ira comer.
Os historiadores dizem que essas frequentes histórias de imperatrizes conspiradoras e traidoras podem ter sido "recicladas" umas das outras — e falar menos sobre elas e mais sobre a forma como as mulheres eram encaradas em Roma.
Fonte: Mega Curioso
Edição: Carlos Renner Prestes