Desvendados rituais funerários na cidade mais antiga do mundo
20 Mar, 2022
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Apresentados vários ossos e paredes pintadas com pigmentos em assentamento do Neolítico que abrigou humanos há 9 mil anos, isso da indícios de práticas simbólicas.


 


Após analisarem restos humanos da cidade mais antiga do mundo, Çatalhöyük, na Turquia, arqueólogos descobriram indícios intrigantes de rituais funerários feitos pelos moradores há 9 mil anos. Os especialistas publicaram suas conclusões no último dia 8 de março na revista Scientific Reports.


A equipe internacional por trás da pesquisa, liderada por experts da Universidade de Berna, na Suiça, analisou o uso de pigmentos em sepultamentos e também no cenário arquitetônico do assentamento, que data do período Neolítico.


Os ossos dos habitantes da cidade, que hoje é um dos sítios arqueológicos mais importantes do Oriente Próximo, estavam parcialmente pintados .

Alguns foram escavados váriias vezes e reenterrados. Especula-se que a utilização de pigmentos nos rituais e na arquitetura dessa região passou a ser frequente a partir da segunda metade dos milênios 9 e 8 a.C.



 


A pesquisa mostrou que um pigmento ocre avermelhado era o mais utilizado em Çatalhöyük, e estava nos restos mortais tanto de adultos quanto de crianças. Já o minério cinário era usado principalmente nas mulheres e um pigmento azul/verde estava associado aos homens.


Além dos esqueletos com vestígios de corantes, as casas dos moradores tinham diversas pinturas. O número dos sepultamentos, segundo observaram os arqueológicos, parecia estar inclusive associado à quantidade das camadas dessas obras de arte.



"Esses resultados revelam vislumbres interessantes sobre a associação entre o uso de corantes, rituais funerários e espaço de vida nessa sociedade fascinante ", comenta o autor sênior do estudo, Marco Milella, em comunicado.


De acordo com os pesquisadores, havia algum contexto maior ligando os ritos funerários e o uso dos corantes no ambiente doméstico. "Quando enterravam alguém, (os moradores) pintavam também as paredes da casa" , supõe Milella.



 


Outro fato relevante é que apenas alguns dos habitantes foram enterrados com pigmentos nos ossos. De acordo com o pesquisador, os critérios que determinavam isso ainda são um mistério que torna os achados ainda mais interessantes. "Nosso estudo mostra que essa seleção não foi relacionada a idade ou sexo" , esclarece o arqueólogo.


Fonte; Galileu


Edição: Carlos Renner Prestes

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